15 novembro 2007

boca no jantar da noite

As crianças que pairam sobre a terra movediça evoluem em espirais para não sujar os pés e brincam à cabra-cega. Retiram dos olhos a sua venda e entregam-ma para nela depositar as palavras que retenho na boca no jantar da noite, que guardo até ao deitar. E nesse deitar aconchego-me ao orvalho, que me devolve as lágrimas semeadas que não penetraram no solo, sem me deixar morrer bastante para o adeus definitivo.

Sem comentários: